As obras de requalificação da vila angolana de Muxima, considerado o maior centro mariano da África subsaariana, vão permitir transformar aquele santuário no primeiro com o estatuto nacional em Angola, por decisão da Igreja Católica.
A informação foi avançada pelo porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), o arcebispo José Manuel Imbamba, que projecta a conclusão dos trabalhos naquela vila, que dista 130 quilómetros de Luanda, até ao ano de 2020.
A vila de Muxima – que em Kimbundu significa “coração” – foi ocupada pelos portugueses em 1589 que, dez anos depois, ali construíram uma fortaleza e a igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como “Mamã Muxima”, na província do Bengo.
“Logo que termine a construção física daquela área, o santuário passará a ser nacional, o primeiro e único. Será elevado a santuário da CEAST”, explicou o arcebispo angolano.
O Presidente José Eduardo dos Santos, criou em Novembro passado uma comissão interministerial para acompanhar e executar o projecto de requalificação daquela vila, que na peregrinação anual de Setembro chega a receber mais de um milhão de fiéis.
“É um processo que vai envolver muita transformação da localidade e por isso está a ser feito com todas os pormenores. O importante é que está em marcha, o santuário vai ser construído e a vila toda requalificada”, defende o porta-voz da CEAST e arcebispo da província de Saurimo.
O Executivo decidiu em Outubro passado reestruturar o projecto do novo santuário, da autoria do arquitecto português Júlio Quaresma, que prevê a implantação do novo santuário numa área de 18.352 metros quadrados, tendo a nova catedral capacidade para acomodar 4.600 devotos sentados, além de contemplar a construção da vila Nossa Senhora da Muxima.
“Penso que é um projecto para realizar dentro de quatro ou cinco anos, face à grandiosidade que envolve”, rematou José Manuel Imbamba.